Fui caboclo do pesado Levei sempre vida dura Já fiz serviço dobrado Pelo óleo da fritura De roer osso na vida Gastei minha dentadura De tanto apertar o cinto Calejei minha cintura Não tem negócio da China Pra se sair da pendura Ou é a luta do mundo Ou a paz na sepultura
Pra se viver do trabalho É demais a concorrência É carteira pra carvalho E carta de referência Quanto mais ganha mais gasta Na rabeira da carência Trabalhar pra quem é pobre É gostar de penitência O trabalho da cansaço E suor de experiência Trabalhar por trabalhar É relaxar a competência
De trabalhar ninguém morre Nem de fome quem não queira Faça sol ou faça chuva Mundo velho é sem porteira O meu rosário de queixa Eu jogarei na corredeira Qualquer barranco é um porto Qualquer pedra é uma cadeira Deus me deu o lar no mundo E a saúde como esteira Minha mãe me deu a luz E a vida sem canseira
No meu sistema de vida Muita gente me critica O futuro é a morte Pra semente ninguém fica Três punhadinhos de terra Numa cova nada explica Da minha filosofia Eu só vou dar uma dica Eu não vou salvar o mundo Dessa gente que complica Nem morrer de trabalhar Pra deixar viúva rica
Compositores: Edward de Marchi (SADEMBRA), Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro) (UBC)Editor: Warner (UBC)Publicado em 2003 (17/Jul) e lançado em 2003 (01/Jul)ECAD verificado obra #66358 e fonograma #605855 em 28/Out/2024 com dados da UBEM