Trago na lembrança quando era criança Morava na roça gostava da troça do Monjolo d'água, da casa de tábua Quando o sol saia a invernada eu subia Pras vaca leiteira tocar na mangueira. Fui moleque sapeca levado da breca Gostava da viola, inda ia na escola Eu ia todo dia numa égua turdia.
Com quinze ano de idade eu mudei pra cidade, Saí da escola, era rapazola Deixei de estudar fui caixeiro num bar Trinta mirréis por mês pra servir os freguês Vendendo cachaça aturando ruaça. Pra mim só foi boa a minha patroa, Vivia amolado com meu ordenado Trabalhei sete mês, recebi só uma vez
Eu não via dinheiro, entrei de pedreiro Pra aprender o ofício, mas foi um suplício Sol quente danado embolsando telhado As cadeira doía e eu me arrependia Mas não tinha jeito era manter os peito No duro enfrentei não me acostumei Sou um pouco retaco meu físico é fraco Só falar no trabalho, quase que eu me desmaio
Tive grande purso com outro recurso A viola é tão fácil é só mexer nos trastes Fazer modas boa quando o povo enjoa Fazer modas dobradas e selecionada Pras festa que for não passar calor Evitar de beber pra voz não perder Dinheiro no bolso vem com pouco esforço Neste meu céu de anil divertindo o Brasil
Compositores: Adauto Ezequiel (Carreirinho) (SBACEM), Rubens Vieira Marques (Vieira) (SICAM)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)Publicado em 2003 (17/Jul) e lançado em 2003 (01/Jul)ECAD verificado obra #816236 e fonograma #605864 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM